terça-feira, 14 de junho de 2011

Vida a dois: a fantasia e a vida amorosa

                                                                                                            

Por Yara Machado, psicóloga

Será que é bom ou ruim usar a fantasia quando já temos um compromisso com alguém?
A resposta não é tão simples como tudo que envolve o ser humano, transcende a questão certo ou errado, boa ou ruim.
Fantasiar um caso de amor pode ser saudável e estimulante ou frustrante e doentio. Quando uma fantasia aparece para suprir a falta de algo e nos impede de agir, causando medo, angústia diante de determinados conflitos com certeza essa fantasia está ligada a uma imagem idealizada imaculada que serve para enganar a mente, atrair a atenção para outro foco. Por exemplo, é muito comum encontrar mulheres e homens que, diante de uma instabilidade ou de uma relação afetiva em conflito, iniciam um processo de idealização com outras pessoas, geralmente, pessoas conhecidas, do passado ou não. Compensam a falta de afeto com fantasias sobre um amor não vivido e que poderia ter sido mais bem realizado. Fantasiam com um (a) antigo (a) namorado (a) ou pessoas conhecidas no presente e criam histórias que seriam plenas de satisfação, infinita, sem defeitos, mágoas ou ressentimentos. Se essa condição permanecer sem uma elaboração apropriada, isto é, se a idealização não for analisada para verificar o que realmente acontece no momento presente com o par que se está convivendo a fantasia pode sim, ser prejudicial, pois faz crer que a solução da vida afetiva está em outra pessoa, o que irá causar sofrimento, angústia, e provavelmente, bloquear uma ação assertiva para a vida amorosa.
Nesse caso, não é necessário abrir as “portas” da culpa, o que ocasionaria, ainda, maior tensão, gerando muitas vezes perda de tempo. O importante nesse momento é verificar o que acontece com a relação amorosa: o que falta, o que sobra, quais as possibilidades de ações positivas, se há ou não necessidade de buscar ajuda, assim, saímos do engano, do bloqueio e criam-se possibilidades ricas de descobertas e crescimento.


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